Falar de tambores não é fácil. Conotações naturais e sobrenaturais ilustram as pesquisas teóricas e de campo para engrandecer o conhecimento do leitor.
Ligados e conectados aos rituais que se relacionam às danças, à música, à literatura e à religiosidade a força dos batuques está presente como elemento fundamental, chegando a exprimir a identidade profunda de uma música intimamente ligada ou de uma linguagem falada.
"Chama sinhá candongueiro chama sinhá
Chama sinhá candongueiro chama sinhá
Pode me chamar que eu vou
Pode me chamar que eu vou"
"O repicar do Candongueiro atravessa os vales, avisando aos jongueiros das fazendas distantes que é noite de Jongo." Jongos do Brasil
O Jongo é desenvolvido ao som dos tambores, o Tambú, ou caxambu (som grave) e o Candongueiro (som agudo). Tambores primitivos feitos de tronco escavado de árvore e couro animal pregado na madeira. De origem Banto conhecidos como "NGOMA" em Angola e no Brasil, aquecidos e afinados no calor de uma fogueira onde o fogo "estica" a péle e afina naturalmente o tambor. Também utiliza-se barricas de vinho como estrutura dos tambores.
Fabricados pelas comunidades quilombolas de maneira artesanal, carregam em si um grande significado de vínculo com os ancestrais. Na religiosidade africana o tambor é uma entidade que faz a ligação e a comunicação entre os planos espirituais e terreno. No Jongo cada tambor é considerado como um integrante da roda por representar a ligação entre a comunidade e a ancestralidade jongueira.
No início da festa os jongueiros saúdam os tambores e pedem a benção aos "mais velhos" tocando no couro em sinal de respeito e ao final repete em sinal de gratidão.
"Oh Tambú, meu tambú
quando eu for me embora para bem longe
quando eu for me embora para bem longe
eu levo comigo
esse som que bate forte no meu coração"
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