O Jongo será muito retratado neste blog devido a sua forte contribuição na resistência da cultura africana em terras brasileiras e junto à capoeira e outras manifestações ajudou a construir essa nossa identidade atual.
Esta postagem será um pequeno resumo frente a imensidão de informações que o Jongo carrega, portanto outras postagens retratando o Jongo serão escritas a diante.
O Jongo, ou Caxambu, é patrimônio cultural do Brasil, desenvolvido na região sudeste pelos negros bantos trazidos como escravos para trabalhar nas fazendas de café no Vale do Paraíba, interior dos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Considerado por muitos como o "Pai" do Samba, foi uma das maiores contribuições dos negros para a cultura do Brasil influenciando na formação da música popular brasileira.
A demanda pelo trabalho e mão de obra ao trabalho nas grandes fazendas de cana de açúcar e café e na mineração intensificou a chegada de escravos das regiões de Angola, Congo, Benguela e Moçambique tornando o tráfico negreiro a maior atividade escravista da época e ao mesmo tempo o início da "construção" de nossa cultura afro-brasileira.
O Jongo é uma dança profana para divertimento e nos momentos de lazer os negros eram "autorizados" a praticarem suas batucadas e rituais e através destes momentos os negros cultuavam seus ancestrais, deuses e divindades.
Os antigos comandavam a roda e os jovens observavam a distância. Era assim antigamente, disciplina que exigia dedicação e respeito para ensinar os segredos e "mirongas" do Jongo e os fundamentos dos seus pontos (cântigas). Os pontos têm uma linguagem complexa, metafórica e subjetiva e é fundamental experiência e vivência para decifrar seus significados.
Era através dos pontos que muitas vezes os negros escravos combinavam uma fulga ou rebelião, sem que o feitor percebesse o poder das palavras cantadas naquele ponto. Um dialogo com uma profunda mensagem no seu significado.
Os pontos podem ser:
- Abertura ou licença para abrir uma roda de Jongo,
- Abertura ou licença para abrir uma roda de Jongo,
- Louvação para saudar o local, um ancestral ou o dono da casa,
- Visaria para alegrar a roda e divertir a comunidade,
- Encante, na intenção de enfeitiçar o outro pelo ponto,
- Demanda, para a briga ou desafio entre rivais para "disputar" sabedoria,
- Encerramento ou despedida para saudar a chegada do dia e encerrar a festa.
Encerra-se aqui esta primeira postagem sobre o Jongo, mas como foi dito anteriormente, o Jongo será juntamente com a Capoeira protagonista deste blog. Aguarde as próximas postagens...
Vamos Saravar os antigos, respeitar a sabedoria e aprender a aprender, porque nunca é tarde ou cedo demais para treinar sabedoria!
ase
Vamos Saravar os antigos, respeitar a sabedoria e aprender a aprender, porque nunca é tarde ou cedo demais para treinar sabedoria!
ase
Bibliografia:
- Jongos do Brasil
- Jongos do Brasil
- O Jongo do Tamandaré (Guaratinguetá), edições: acervo cachuera
Parabéns pela matéria. Eu tenho orgulho de morar e participar deessa comunidade Jongo do Tamandaré e ter conhecido grandes mestres que hoje são estrelas lá no céu. E estou fazendo minha parte perpetuando essa cultura com minhas filhas,mulher participando sempre Das festas e reiterando parabéns blog pela iniciativa jongo capoeira é Cultura!!
ResponderExcluirObrigado Rubens! Seja bem vindo...
ResponderExcluirgrande abraço